27.2.06
Diga-me quem souber
De quem foi a ideia iluminada de fazer uma feira popular na Praça da República (Coimbra)? É o lobby dos carrinhos de choque? Também são patrocinadores da Académica?
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Diga-me quem souber
Porque é que em Portugal se diz Viena de Áustria? Nunca ouvi dizer Madrid de Espanha ou Paris de França? E que eu saiba não há outra Viena. Ou há?
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24.2.06
Um blog
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e nada mais do que um blog.
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23.2.06
Quem são as vítimas?
Tenho que pensar melhor nisto tudo, mas uma coisa é certa, com estes miúdos todos falharam.
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Pais (II)
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22.2.06
O pior dessa coisa chamada blogosfera
Os 365 comentários no último post do Semiramis.
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Da dificuldade das classificações
Pickles e Conservas Paraíso.
Entre a casa e o rio.
Fabricavam pickles, sumos, compotas, pó de caril e ananás enlatado. E compota de banana (ilegalmente) depois da O.P.A. (Organização dos Produtos Alimentares) a banir porque, segundo os seus critérios, aquilo não era compota nem geleia. Demasiado líquida para geleia e demasiado espessa para compota.Uma consistência ambígua, inclassificável, diziam eles.
Segundo rezavam os seus livros.
Olhando agora para trás, parecia a Rahel que essa dificuldade da família com classificações tinha raízes muito mais fundas do que a questão da compota-geleia.
Talvez Ammu, Estha e ela própria fossem os piores transgressores. Mas não eram os únicos. Havia também os outros. Todos eles quebraram as regras. Todos atravessaram território proibido. Todos perverteram as leis que estipulavam quem devia ser amado e quem não devia. E quanto. As leis que faziam avós das avós, tios dos tios, mães das mães, primas das primas, compota da compota e geleia da geleia.
Foi uma época em que os tios se tornaram pais, as mães amante, e as primas morriam e tinham funerais.
Foi uma época em que o impensável se tornou pensável e o impossível realmente aconteceu.
“O Deus das Pequenas Coisas” Arundhati Roy, Ed. Círculo Leitores pags 38 e 39
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21.2.06
E Então Que Quereis?...
...
Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.
Maiakovski
(1927)
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Os (meus) cafés de Coimbra
Quando me transferi para o TEUC transferi-me também de café, Tropical, pois claro.
A minha entrada no TEUC coincidiu com a mudança para a Alta e aí havia novas regras para o pessoal, éramos os gloriosos e irredutíveis habitantes das Repúblicas do Gueto da Alta e de preferência por lá nos devíamos manter. Às vezes descíamos em manada à Praça, ao Tropical. E eu continuei a andar bastante por ali à conta do TEUC, mas havia quem não saísse do gueto nem para ir às aulas à Universidade ali ao lado, sobretudo para ir às aulas. Os cafés da Alta eram sujos e mal frequentados, um dia a minha República, comprou um frigorífico em segunda-mão ao dono de um desses cafés e trouxemos de bónus uma invasão de baratas. No Califa, chegou a haver sessão de tiros, e um dos proprietários, que a partir daí passou a ser o não sei quantos Bang Bang, a seguir foi preso por envolvimento em qualquer negócio menos lícito. O Mono e o café do sr. Zé eram um nojo. E era no meio dessa decrepitude, prolongamento das Repúblicas, que nós gastávamos as nossas horas e nos tornámos os adultos chatos e responsáveis que somos hoje.
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20.2.06
Os Pais
Estava um pai entregando a cachopita de uns seis meses à Auxiliar do Infantário, quando subitamente empalidece, espreita por baixo do casaco da cachopita e exclama aflito: “Ai que me esqueci de lhe vestir as calças”. A Auxiliar muito habituada a pais aflitos sossega-o “Não esqueceu não, pai, não vê que a menina traz um vestido?”.
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17.2.06
The future is uncertain
O patrão mandou-o aprender japonês. Aprendeu japonês. Quando já sabia bastante japonês o patrão mandou-o ir vender rolhas para a Califórnia.
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15.2.06
Hoje valeu a pena ler os jornais de Coimbra
Conservatório de Música vai ter instalações próprias – prometeu a sra. Ministra.
Livraria Coimbra Editora vai reabrir. E com direito a vista para a Muralha.
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A ansiedade do Status?
"Há pouco, ao calor da lareira, falámos de Belmiro de Azevedo, da OPA sobre a Portugal Telecom, dos tempos difíceis que esperam os jovens, da precariedade do emprego, dos dramas que isso acarreta, etc.
Nós temos na nossa cozinha uma lareira verdadeira, onde se fumaram muitas chouriças, morcelas e farinheiras e onde colocamos lenha verdadeira a arder, que enche de luz e calor o espaço envolvente.
Dissemos aos nossos filhos que o Homem não veio ao mundo para ser escravo do trabalho. Como dizia o Professor Agostinho da Silva o Homem veio ao mundo para ser feliz e ter prazer.
Por isso gostaríamos que os nossos filhos fossem construindo a sua autonomia em relação ao mundo capitalista e escravizador em que vivemos. Gostaríamos que eles nunca viessem chorar para a televisão por terem perdido o emprego e encarassem esse facto, se possível, como uma libertação.
Contámos-lhe como fomos criados e se vivia somente com o produto da terra. A Terra-Mãe é a mesma e está sempre pronta a fornecer-nos o essencial para a nossa vida. Pouco mais precisamos. É preciso que, independentemente da profissão que venhamos a desempenhar, conheçamos como a trabalhar para que ela nos possa tornar autónomos."
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Status Anxiety
De como a Democracia nos tornou invejosos, se somos todos iguais e o meu vizinho tem então eu também devo ter, e não necessariamente mais felizes.
Com algum exagero e por vezes caindo no lugar comum, Alain de Botton interroga-se: Somos mais ricos do que nunca. Vivemos mais tempo, temos mais bens e perdemo-nos em grandes luxos. Então, porque não conseguimos ser mais felizes?!
No documentário de ontem (às terças na 2: ) Alain de Botton dava como exemplo de uma situação que acarreta um elevado nível de “ansiedade de status" a reunião dos 30 anos de antigos alunos de um liceu. Qualquer coisa como um juízo final onde cada um tem que demonstrar como conseguiu rentabilizar os seus dons, até onde conseguiu chegar, tendo partido de uma situação idêntica à de todos os seus colegas.
De como a nossa felicidade está dependente da avaliação que o outro faz das nossas performances.
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14.2.06
No dia de S. Valentim
Um dos poemas de amor de que mais gosto
" Os amantes sem dinheiro
Tinham o rosto aberto a quem passava.
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
de mãos dadas com a água
e um anjo de pedra por irmão.
Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados;
e olhos de oiro
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.
Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos.
Mas a cada gesto que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços."
Eugénio de Andrade
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Sábado
Sábado foi manhã de ir à Baixa. Nunca a vi tão desolada e triste.
Apesar do Sol.
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