Fim de semana na Europa: o frio e a comida
Na Europa não há o frio costumeiro de Dezembro, não há neve. Dizem-me os meus colegas, checos, suíços e alemães, que não têm lembrança de um Outono tão quente. Em Basileia está mais frio do que em Portugal, do que em Coimbra, mas não muito. E chove.
Sexta à noite os bares estão tão cheios que dificilmente encontramos um lugar onde beber uma cerveja sentados. Sábado, mais frio e mais chuva e as ruas continuam apinhadas de gente. Sobretudo em torno do Mercado de Natal. Famílias inteiras passeiam-se por entre as barracas da feira e vêem-se poucos guarda-chuvas. Numa das barracas crianças preparam velas de cera de abelha e com o nariz de fora da janela seguram a vela pelo pavio à espera que a cera consolide. Noutra barraca almoçamos salsichas com pão e cerveja - está-se bem!
No que toca a comida a minha Europa divide-se em duas partes distintas: nos países de tradição católica ou ortodoxa come-se bem, nos países de tradição protestante, seja qual for a tendência, come-se mal. Na Suiça, pelo menos no cantão alemão, come-se muito mal: os doces não são doces, os salgados não têm sabor – salvam-se o pão, as salsichas e alguns queijos.
Sexta-feira o jantar foi inesquecível e inarrável (era suposto ser um bom jantar, num hotel agradável, os convivas gente simpática vinda dos quatro cantos da Europa): creme de espargos cup-a-soupe, massa cozida e umas cenouras, cortadas em bocados grandes e irregulares, nem cruas nem cozidas acompanhavam uma carne que não conseguimos identificar tal era a ausência de sabor. E pretendiam que acompanhássemos esta brilhante refeição com água da torneira ou sumo de maçã. Acreditam? Acabámos por encomendar uma garrafa de vinho siciliano de 2005 que pagámos a um preço absurdo.
De regresso a Portugal leio que o exclusivo Eleven tem uns menus de hora de almoço, vinho incluído, a um preço semelhante ao que desembolsei no Hotel Bildezumcentrum. Comer é aqui na terrinha.
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