26.7.10

um duo perfeito






acho que até o ledor mais distraído já sabe que sou uma leitora compulsiva, leio tudo, jornais, revistas de merda, livros de adolescentes e da Anita, as bulas dos medicamentos, livros e, grandes obras. E como para cada panela há um testo (aqui em Coimbra parece que não se usa a palavra testo, pelo menos uma vez empreguei-a numa aula e os alunos olharam-me com cara de tacho) faço uma parelha perfeita com o homem da casa: que ele é rato de biblioteca e de livraria. Um traz os livros para casa, a outra (eu) eu, lê-os.

O que faz com que leia coisas a que nunca chegaria por mim mesma, porque não fazem parte dos clássicos, nem estão nos escaparates, nem na revista Ler. Por exemplo, na semana passada li a biografia do homem que matou Sidónio Pais*, nada de muito excitante, e um livro sobre as sociedades secretas em Portugal no virar do sec XIX, obra que, fazendo jus ao tema, fornece muito pouca informação. E este fim-de-semana ouvi e li duas obras do Fernando Assis Pacheco. Ora, eu sou do tempo da Cornélia e li muitas peças jornalísticas do Fernando Assis Pacheco e fiquei triste quando ele morreu, mas livros, livros, nunca tinha lido nada (acho eu, porque quem muito lê, muito esquece). Então como eu dizia, este fim de semana:

na viagem da Figueira para Coimbra, e com a cabeça cheia de areia da ventania que por lá estava, ouvi “as memórias de um craque” em audio-livro. Os audio-livros são uma óptima coisa para entreter famílias nas viagens da Figueira para Coimbra, ou noutras. E os miúdos ouviram histórias, muito bem contadas, de quando a bola se jogava com uma de trapos e a Académica jogava no Campo de Santa Cruz. Ontem, durante a canícula, “Trabalhos e Paixões de Benito Prada” que junta duas das minhas paixões, Coimbra e a Galiza, e ainda o Zé Neto, restaurante da baixinha onde como açorda com petingas e arroz de míscaros no tempo deles.


*parece que um senhor que é presidente da câmara de Santarém tem um livro sobre este assunto, não é esse; o preconceito não me permite ler o presidente da câmara de Santarém.

2 comments:

Eva Lima said...

Leitores compulsivos, pois...no verão passado li "Os trabalhos e paixões de Benito Prada" que encontrei numa daquelas vendas (1,5€) de livros estragados do Jumbo, quando passava por Setúbal. Na altura decidi ler mais Assis Pacheco mas ainda não voltou a acontecer.

Isabel said...

então oferece aos teus filhos (e a ti) as memórias de umn craque em audiolivro. vais ver que todos vão gostar:)