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Nunca serei como eles, pensei. Indicaram-me uma secretária, na qual estava um maço de papel, um dicionário, cola, uma tesoura, um tinteiro e uma caneta com aparo de letra francesa. Mais do que isso tudo, apontaram-me um destino. Sou desse tempo. Do tempo do jornalismo barroco, do pormenor até à medula, da tosse prolongada e cava daqueles que haviam passado a vida a sonhar, a fumar e a tossir. Sou desse tempo e não passei disto: um pobre tolo, a tentar atribuir às palavras a graça de uma emoção que se limita a ela mesma, e a loiça de uma sensibilidade que se vai embotando.Baptista Bastos
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