21.5.09

O caso da professora de Espinho

O caso da professora de Espinho é um maná para comentadores, o dito video dá azo a que se discutam um belo número de temas sociais, desde a liberdade, a luta de classes, a educação sexual nas escolas, e etc. é só pegar e escolher. Cada um pega no que mais lhe dói:

a luta de classes, a senhora considera-se superior porque tem não sei quantos anos de, justamente, ensino superior. Pois não parece ou pelo menos teve deles pouco proveito, como se prova. E há quem se escandalize com estas afirmações, e bem. Não percebo é tanta admiração porque são o prato de cada dia, algumas tornam-se públicas como o caso do juíz que deu voz de prisão a um gajo que o chateou no multibanco, milhares de outras permanecem na privacidade. Neste país, tantas vezes tão ridículo, anda meio mundo a achar-se superior ao outro meio, porque é rico, porque tem imensos estudos e até por interposta pessoa, por ser filho, ou sobrinho ou afilhado de quem é. Certa vez uma mulherzinha que achava que me devia passar à frente na fila do taxi ameaçou-me com, eu sou filha do Professor xxx.

a gravação da aula , o atentado à liberdade, a atitude “pidesca” . Por amor de Deus não me venham dizer que aquelas crianças vão ficar irreversivelmente traumatizadas por terem tido nalgum momento uma professora chanfrada. Um dia hão-de é fazer um figurão a recordar esta história. Não, não estou a desvalorizar o acontecimento. Mas mais preocupante é um futuro em que as crianças não têm confiança nos outros e nas instituições, que é a mensagem que os pais destas crianças, espiões a soldo, lhes estão a transmitir. Um futuro em que a denúncia a qualquer preço passe a ser banal e facilmente justificável.

a liberdade e a autonomia das crianças, as crianças têm que ir aprendendo que muitas vezes terão que lidar com gente cheia de idiossincrasias, com professores malucos, com injustiças. Terão que aprender a lidar com todo o tipo de gente e a separar o trigo do joio. Até quando as podemos levar ao colo?


só mentes perversas ou muito burras poderão tirar ilações deste caso para tentar denegrir a educação sexual nas escolas.

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