12.5.09

da Queima das Fitas


Muito se aplaude por aí este texto do Manuel António Pina, e a bem de algum optimismo e de esperança no presente e no futuro não o deviam fazer. Passo a explicar que a memória é curta, acabei o curso há 20 anos e conhecer, conhecer, só conheço a Queima de Coimbra. Se muitas coisas mudaram, o essencial, os intervenientes continuam a ser como eram então, foleiros. Portanto os ex-futuros dirigentes da nação de hoje, de ontem e de amanhã foram e serão (ok não quero meter toda a gente no mesmo saco) foleiros doutores das queimas de Coimbra e, suponho que das outras. Sei bem que não faltará quem negue pelo menos três vezes, mas poucos são os que voluntariamente se arredaram ao longo das últimas décadas dos festejos, o grau das figuras tristes é que pode/podia variar. Pese embora que há 20 ou 25 anos a queima estava ainda muito politizada e ficava mal a gente dita de esquerda participar nela, as repúblicas davam banhos de balde aos “capistas” que passavam pela ruas da Alta, mas depois era vê-los a partilharem as cervejas quentes do cortejo. Se íamos menos às Noites do Parque tal só significava que os concertos da época nem sequer eram dignos desse nome. De resto, bebia-se (menos shots mais cerveja), vomitava-se, mijava-se e amava-se tal como hoje, a maioria uns alarves. Uns assim continuaram, outros nem por isso.

Há 20 ou 25 anos viam-me do lado dos que davam banho, embora nunca o tivesse feitio.

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