16.1.09

Que alguém o diga (II)




Que quem condenou a invasão do Iraque, que quem constata o que é o Iraque e o mundo 6 anos depois, admita o que se passa em Gaza, que me perdoe, mas só o pode fazer por má consciência.

4 comments:

Eva Lima said...

Isabel, confesso-me nesse lote. Condenei, condeno e considero a invasão do Iraque a maior besteira (entre muitas) do sr. Bush, mas não encontro coincidências com Gaza, a não ser o martírio das populações civis.
O Iraque não tinha atacado ninguém, as armas não existiam (mentira justificativa). Em Gaza o Hamas impõe à sua população um regime ditatorial tão ou mais violento que Sadam, ataca permanentemente o estado vizinho (que não reconhece sequer) e possui armas escondidas entre a população civil, servindo-se desta como escudo humano. Porque será que ninguém fala nas ambulâncias do Crescente Vermelho que serviam (ou servem) para transportar munições, dos arsenais escondidos nas caves dos prédios mais populosos? O Hamas serve-se dos civis como arma, Sadam nunca o fez!

Isabel said...

Obviamente eu não defendo o Hamas(e quem o defende senão os fundamentalistas islâmicos ou outros movimentos terroristas?) do mesmo modo que, obviamente, não defendia o regime de Saddam e condenei a invasão do Iraque. Mas os paralelos são mais que muitos a começar pelo papel fundamental dos Estados Unidos em ambos os conflitos, o martirio das populações civis às mãos da lei do mais forte, pela desproporção da resposta. E no final porque o mundo já devia ter aprendido que destas guerras nunca resultará a paz.

Luís said...

Isabel, às vezes as coisas são um pouco mais complicadas. Gaza não repete o Iraque. Pode-se condenar o Iraque, abominar o que se passa em Gaza e achar que são duas coisas distintas. Sobre a questão da consciência confesso que não percebo. Má consciência de quê? Quem julga consciências?

Isabel said...

Luís guarda o teu tom paternalista para os teus filhos (se eles ainda estiverem para isso). Claro que são coisas distintas mas mesmo nas coisas distintas há analogias. Quanto à consciência cada um sabe de si. Eu nos meus doze anos, quando comecei a ter consciência do que tinha sido o holocausto não percebia como é que os alemães de hoje conseguiam viver com esse peso, era uma visão pueril, mas parece-me que ainda há hoje quem a tenha.