16.1.09

Esmeralda



Só hoje dei por este post da Joana. No meu caso se ainda não escrevi até nem foi por preguiça, foi quase por uma vontade de deixar a menina em sossego, embora saiba que o que eu aqui escreva não vai aquecer nem arrefecer à exposição mediática a que esta criança esteve (está) sujeita. E os que a motivaram e a permitiram, esses sim chicoteiem-se.
Não me admira o coro de barbaridades que oiço e leio porque sei que a ignorância impera. Já contei aqui que, há poucos anos, deixaram-nos um bebé recém-nascido à porta da nossa casa de família. Foi óbvio para nós, depois de socorrer o bebé, comunicar imediatamente à polícia. Pois houve muita gente, e não gente ignorante, que nos perguntou se não tínhamos ficado com a criança, se não tínhamos querido ficar com a criança.
Anda o bom povo português entretido com a Esmeralda como se fosse caso único em Portugal, sem saber que dramas muito maiores envolvendo crianças existem ao virar da esquina, mas o que não aparece na televisão e nos jornais não existe. Mais graves são as opiniões emitidas por quem devia saber mais e ser mais responsável: ia vomitando quando ouvi o super-psicólogo Sá afirmar naquela voz irritante e glico-doce que ambas as famílias deveriam levar um cartão amarelo e depois, ou se entendiam quanto a uma guarda conjunta ou... (o Salomão do sec XXI); ou uma outra que afirmou histericamente que Esmeralda podia até morrer (no final morreremos todos, é verdade). A vaidade de ser tomado como entendido e opinion-maker ensandece muito boa gente.
Por razões que não interessam tenho conhecimento de perto de vários casos de adopções, mudanças de paternidade, e do que tenho observado digo que uma criança está bem com quem a ama, uma criança não está bem se viver no meio da mentira, da chantagem e da disputa. É a minha opinião.



A ler também o Corta-Fitas

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