17.12.08

Público versus privado, post sem o mínimo interesse



porque reflecte apenas a minha (ou a dos meus filhos) experiência pessoal. Os meus filhos, por muitas e variadas razões, frequentaram sempre estabelecimentos de ensino privados. No pré escolar as razões são óbvias, as escolas públicas acompanham os horários e as férias escolares do ensino básico e complementar, o que torna a logística familiar muito complicada. A partir do básico frequentaram um colégio católico daqueles dos rankings e este ano o mais velho passou para a escola-pública-dos-rankings. O rapaz anda satisfeito e com bons resultados escolares na pública tal como sempre aconteceu na privada.
O que já deu para notar na comparação, em ambas a maioria dos professores serão bons profissionais, o grau de exigência era maior na privada (é só uma pequena impressão), o número de “meninos bonitos” é equivalente nas duas (esta escola pública, como é do conhecimento geral serve uma população muito favorecida social e culturalmente).
As grandes diferenças: o grau de organização, a escola privada deve ter cerca do dobro dos alunos da pública e se calhar metade dos funcionários de secretaria, na privada muito antes do princípio do ano já se sabe ao minuto tudo o que vai decorrer ao longo do ano lectivo. Na pública, os horários são conhecidos na véspera, na próxima semana (dia 22) tenho uma reunião como representante dos EE e ainda não fizeram o favor de me anunciar a hora (coisa de somenos) e etc.
A maior diferença, o aspecto humano, enquanto que no colégio cada aluno é um aluno, apesar dos mais de mil alunos, se eu perguntar pelo J. toda a gente sabe quem é o meu filho, na escola pública, desde que não dê muitos problemas, cada aluno é apenas mais um aluno. É claro que no colégio têm as santas freirinhas que ajudam muito nesse aspecto e os miúdos mesmo na rebeldia da adolescência gostam delas (ou então transformam-nas no seu ódio de estimação o que também é saudável, para além de aumentar a consciência de grupo). No outro dia a C. foi para o colégio com uns calções para lá de curtos embora levasse por baixo uns “collants” opacos. Quando lhe perguntei como tinha corrido o dia disse-me, Ah estive a falar com a irmã O. (a coordenadora do ano dela) por causa dos calções e ela disse-me que se eu usasse estas meias não fazia mal. A mais doce de todas, a irmã da enfermaria, chegam lá os e as adolescentes, que por esta idade sofrem de muitas dores de cabeça, e ela diz “deita-te aí um bocadinho, que eu faço-te um chá de limão e isso passa já” (“mesmo quando estamos quase a morrer, mãe”) um chazinho, uma bolacha e raramente um analgésico e lá estão os miúdos prontos para voltar para a aula. São estes pequenos pormenores que a escola pública podia aprender com os bons exemplos do privado.*


* para além de que desde sempre tiveram aulas de substituição, de aprenderem inglês, latim e as origens greco-romanas da nossa civilização dentro dos curricula normais, para além da disciplina ser mantida de uma forma simples e eficaz (não, não é com castigos corporais).

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