De 20 anos
Quase todos, por diferentes fundamentos e motivos, se afastaram fisicamente de Coimbra. O ritmo junto ao Mondego é vagaroso, “leve-leve”, como naquelas ilhas que adoptaram o “Equador” de Miguel Sousa Tavares como livro nacional, e as pessoas têm que partir e fazer pela vida noutros lugares. Não obstante, a cidade renova incessantemente a sua sombra – e é difícil escapar-lhe. Sobretudo a 5000kms de distância.
Num dos últimos sábados juntei-me a amigos a maioria dos quais já não via há quase vinte anos. Quase todos, por diferentes fundamentos e motivos, se afastaram fisicamente de Coimbra. Pertencemos à que eu chamo, sem a mínima modéstia, a geração de oiro do TEUC, éramos muito bons (!) e penso que nenhuma geração deu tanta gente para as artes do palco profissionais. Mas outros são professores, médicos ou psicólogos, quase todos com filhos, as coisas normais. Quase todos, por diferentes fundamentos e motivos, se afastaram fisicamente de Coimbra. Eu era das poucas que dizia, eu moro já ali abaixo. Vinte anos, um dos homens disse-me, sabes, vocês as mulheres estão melhores, mais produzidas, mais sofisticadas, nós os homens, pelo contrário, só mais velhos. Não é verdade. Mas foi muito bom, genuíno e quente. O que talvez se deva, também, à sombra da cidade, sombra a que ninguém escapa.
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