27.11.08

Istambul (IV): a Babel




Enquanto percorria o Grande Bazar e o assédio de tudo quanto era vendedor me provocava o riso às vezes perguntavam-me, em inglês, de onde é que eu vinha. A resposta, Portugal, tinha invariavelmente como retorno, e com muitos sorrisos, Ah Figo, Ah Rui Costa. Nas lojas de especiarias turcas pode ver-se nalguns cestos o seguinte cartaz, “Viagra Turco” seguido da discrição detalhada das suas potencialidades. Ora o “Viagra turco” não é mais do que figos secos com nozes dentro. E eu dizia “olha a novidade disso também lá temos”, e os homens turcos riam perante o atrevimento da ocidentalzinha.


Diz Pamuk

“Em 1852, cem anos antes do meu nascimento, Gautier notava, tal como muitos outros viajantes, que nas ruas de Istambul se falava turco, grego, arménio, italiano, francês e inglês (e, mais ainda do que estas duas últimas línguas, falava-se o que se chama ladino, a língua dos judeus da Península Ibérica)... "

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