27.7.08

Notícias da minha terra, ou o milagre das estradas de Portugal



terra de umas 300 almas, à chegada irreconhecível, alguém me havia de ter preparado, da próxima vez que lá for há-de haver 4 faixas e separador central. Por agora um alcatrão novinho em folha, um mira-mondego nas fragas, a ponte com a casa do tio Zé (nota técnica: a casa do tio Zé era um cubo que guardava aparelhagem de medição do nível das águas, o tio Zé é um tio que tinha a fama de gordo e por isso a anedota de ter uma casa tão pequena, passei a minha infância a passar a ponte a gritar com os meus irmãos “olha a casa do tio Zé, olha a casa do tio Zé” até todos os ocupantes do veículo automóvel que nos transportava estarem surdos), a ponte com a casa do tio Zé, onde apanhávamos sol quando a sombra chegava lá abaixo ao rio, a ponte de onde víamos os avecs e outros exibicionistas mergulharem em saltos suicidas para um rio que ali não tinha mais que um metro de profundeza, a ponte e a fantástica curva que a antecedia que desapareceram, engolidas por uma ponte igual a todas as pontes, com grades verdes. E mais à frente uma cortada com uma placa resplandecendo indicando “V. Este”, numa terra com 300 almas, e descobrirmos pela primeira vez que vivemos em V. Oeste que por acaso não tem placa a assinalar.

No comments: