8.7.08

isto não é um baby-blog



mas se no tempo que me sobra das 8 h de trabalho, e das mais algumas de trabalhos forçados de casa, cozinhar, lavar, no tempo quer me sobra, leio livros cheios de erudição, vejo séries tipo donas de casa desesperadas, telejornais, saio pouco, escrevo estes posts descabelados...
no tempo que tem que me sobrar crio três crias, com tudo o que acarreta de bom e de mau (muito mais bom do que mau). E o que poderia ser bastante mau, mas por várias circunstâncias não é (e explicarei a seguir quais circunstâncias) é a obrigação de contactar com outros pais de outras crias, nomeadamente em associações de pais, reuniões com pais e coisas dessas. Que do que oiço descrever e do pouco que já pude presenciar são coisa de fugir, lugar para todo o tipo possível e imaginário de idiossincrasias, terreno fértil para a psicanálise. Os meus filhos mais velhos frequentam/frequentaram uma escola privada dirigida por uma freira voadora e omnipotente, a escola funciona que é uma maravilha e só lá tem os filhos quem quer. Há uma associação de pais, muito democraticamente formada por indicação da dita freira voadora, e que promove convívios, rallies-paper, e uma assembleia anual onde é eleita (?). Os meus filhos andam por lá felizes e contentes e têm resultados que devem também alegrar a senhora ministra, por isso, tudo bem no melhor dos mundos. A cria mais nova anda num jardim infantil também privado, onde obviamente não há associação de pais. A directora e no caso educadora do meu filho para além das festas e festinhas promove três reuniões por ano com os pais: uma em que explica o que vão fazer, outras duas em que dá conta do que se fez. E prepara as reuniões tão bem, cheias de power-points e textos magníficos, que no fim os pais estão contentinhos e vão para casa em beatitude sem coragem para comentários ou dúvidas existenciais. Ontem, a coisa correu um bocadinho menos bem, estavam já os pais contentinhos e prontos para regressarem beatificamente a casa, quando uma mãe pergunta se o boato que corre de que talvez a auxiliar de educação vá mudar tem fundamento e a educadora diz que talvez, que ainda não sabe, que ainda não decidiu... oh calamidade, como vai a minha filhinha adaptar-se a outra pessoa, quando é com esta que está desde o um aninho, como é que vou preparar o meu filhinho para essa tragédia e etc etc e não houve quem os acalmasse. Percebem-me na minha aversão a reuniões de pais?

2 comments:

Eva Lima said...

E depois ainda nos espantamos quando os "meninos" são egoístas

Isabel said...

tens razão Eva, o que é que passa na cabeça desses pais?

um beijinho e rápida recuperação