18.5.08

Sociedade de Consumo


Para mim e para Babette, a maciça variedade das compras, a simples plenitude sugerida por aqueles sacos cheios, o peso, o tamanho e o número, os pacotes de tamanho familiar e letras de cores vivas, os tamanhos gigantes, as pechinchas de família cobertas de selos; a sensação de aprovisionamento que sentíamos; a sensação de bem-estar; a segurança e o contentamento conferidos por aqueles produtos todos, levados para um lar aconchegado nas nossas almas; tudo isso fazia com que me parecesse que tínhamos atingido a plenitude do ser, que é desconhecida das pessoas com necessidades menores, com menores expectativas, que se limitam a planear as respectivas vidas em torno de solitários passeios pelo parque, à tardinha.

“Ruído Branco” Don Delilo, Editorial Presença

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