4.2.08

De como eu não posso vir a ser primeira-ministra

Nos fins dos anos 60 inventava coisas que não tinha e não fazia para impressionar as minhas amigas. Nos anos 70 roubei algumas vezes chocolates nos supermercados. Nos anos 80 fiz a maior trapalhada de curso, tive exames especiais, fizeram-me orais que não existiriam normalmente (no meu curso não havia orais) só para verem se me tiravam dali. Em 1989 passei um cheque careca de 2 contos e só vim a saber do caso quando muitos anos mais tarde soube que o meu nome estava na lista negra. Nos anos 90 fiz menos um dos exames de acesso a um mestrado porque o meu filho nasceu no dia do exame e o coordenador do mestrado entendeu dispensar-me do exame. Por umas quantas vezes declarei nas finanças ser trabalhadora independente quando na verdade trabalhava todos os dias das 9 às 5 para uma só instituição (parece-me que neste caso a instituição recibos verdes é que devia ir para o banco dos réus, mas nunca se sabe). E por tudo isto ser verdade, e sei lá que mais verdades existirão ainda, não sou ministeriável, nem secretariavel e estarei condenada a viver feliz com o meu passado obscuro.

3 comments:

Maria said...

Gostei imenso da forma como escreves. Irei voltar certamente..

beijinho

Luis Eme said...

Como a percebo Isabel...

Isabel said...

é tudo uma grande treta não é Luis eme?