14.12.07

Fernanda Botelho

Tenho quase a certeza absoluta de que nunca li uma obra de Fernanda Botelho, talvez tenha lido alguns excertos nas antologias de português do secundário que durante anos a fio devorei. Durante muito tempo o título “Esta Noite Sonhei com Brueghel” fez parte dos meus sonhos, não sei porquê. Acontece-me fixar-me obsessivamente num conjunto de palavras, mesmo que às vezes nem lhe perceba o sentido, desde muito pequena que sou assim. Não me recordava sequer da figura da Fernanda Botelho, vejo-a agora, distinta e elegante. Condizendo com a beleza sensível e triste deste excerto que encontrei no Portugal dos Pequeninos:

“Tudo à minha volta assume um cariz gerôntico. Estou a viver como uma espécie em vias de rápida extinção, ao lado da minha irmã, também ela invadida pela poeira branca do tempo, a esboroar-se rapidamente (...) Que torturada morte é esta ainda estúpida vida?"

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