Do peso das palavras e isto-está-tudo-ligado
E isto está-tudo-ligado e do que não se pode dizer que já não é o mesmo daquilo que não se podia
dizer há uns tempos atrás e estou mesmo farta do politicamente correcto que de
correcção não tem nada, porque antes temos que saber em que caixa se encaixa o
meu amigo e nessa caixa não tocar. Nas outras serei tanto mais correcto quanto
mais enlamear e quanto mais verve der ao insulto.
Que isto-está-tudo-ligado e
tenho uma imagem a manter e está a ver se os meus alunos lêem isto e eu tenho
uma imagem a manter.
Que as palavras
têm peso, isto-está-tudo-ligado, e o que
é pesado para ti não é pesado para mim e tenho que saber ou adivinhar o que te
pesa e esse peso terá que ser universal enquanto eu me mover na tua caixa. Com
risco da própria vida e isto-está-tudo-ligado.
Em pequenos dizíamos deixa de ser mariquinhas, quando de
facto estávamos a ser mariquinhas, e um homem não chora porque arranhou o
joelho e uma mulher também não chora quando arranha o joelho e o insulto não
passava daí, mas agora está-tudo-ligado e uma criança que chama mariquinhas a uma
outra que tem medo do escuro, é homofóbica. Que sorte a de não saber o que é
homofóbico, o pior insulto que há-de haver porque isto-está-tudo-ligado.
E pode até ser um filho da puta ou a melhor pessoa do
mundo que pouco importa, desde que não
diga palavras homofóbicas o meu amigo pode até ser homofóbico-no-mais-fundo-de-si.
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