20.10.11

Afinal Portugal não é a Grécia


Afinal, Portugal não é a Grécia. É o Chile. De há 30 anos. Não vamos apenas recuar no rendimento per capita, mas também na História, na integração europeia e, seguramente, na qualidade da democracia. Em prol de quê? - Em prol de uma fé. E a troco de quê? - A troco de uma mão cheia de nada.

E tivemos azar por culpa de muita gente e, em última análise, do actual primeiro-ministro. Ele ouviu à saciedade que era preciso "mudar o rumo", que vivíamos "acima das possibilidades", que era preciso um "corte radical com o passado". E acreditou nisso tudo. Primeiro, acreditou nas "gorduras do Estado" - até ver que as havia, mas que eram macroeconomicamente marginais. Ficou sem eira nem beira. Até que Vítor Gaspar lhe apresentou um plano, o único plano que havia para pôr tudo em linha como recorrentemente lhe pediam.

O plano de Vítor Gaspar já chocou muita gente, porque é chocante. E não o fez só à esquerda, pois o PSD também ficou chocado e muito. Mas não se consegue mexer. Nem o PS. A principal razão porque o plano é chocante é que ele assenta numa carta que não estava no baralho: a contracção sem limites de salários - e mais aumento de impostos. Assim qualquer um sabe governar.



excertos do texto de Pedro Lains no “Negócios on line”

1 comment:

henedina said...

Se os impostos passassem para 10% do rendimento, com sol e praia, segurança, povo acolhedor e boa saude (bom sistema de saude)Portugal podia ser o paraíso para muitos ricos que deixavam aqui mais do que vão esmifrar aos Portugueses que não fogem ao fisco.
Acho que são contas de mercearia e não finanças ou economia. É preciso uma solução diferente, com rasgo e audácia.
(claro que estou a ser treinador de bancada, não sou dessa area...)