14.1.11

O bode expiatório


Há uns meses em Coimbra, um jovem, a acabar o curso de medicina, bem parecido, “bom rapaz”, assassinou brutalmente a mãe, uma médica acima de qualquer suspeita. A sociedade lamentou o rapaz, que destruiu duas vidas, mas lamentou sobretudo, e compreensivelmente, a mãe. Em lado algum houve manifestações públicas de solidariedade em relação ao presumível assassino.*
O onus inverte-se agora e o velho homossexual é (mais uma vez, digo eu), o bode expiatório que paga pelo insucesso de todo os aspirantes ao estrelato na cultura pimba.
Ontem, um senhor dito psicólogo forense tinha um acto falhado (assim o tomei), num telejornal dizia, para explicar a aparente tolerância em relação ao crime de que foi vítima Carlos Castro, qualquer coisa como isto, "quando a vítima do crime é uma prostituta ou um marginal...” Se as leis andam à frente da sociedade, só temos que lamentar que a sociedade esteja tão atrás.





*se vos choca a comparação, pensem também nos casos recentes do rapaz que mata a namorada... mas claro, também ela uma jovem bonita e promissora.

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