3.1.11

ali


uma casa com raízes, ali onde o meu pai cresceu, na casa construída pelo meu avô, em terrenos que já seriam, no mínimo, do meu bisavô, rodeada das velhas macieiras e dos muito enrugados e nodosos castanheiros dos meus antepassados. ali onde o frio é frio e as pedras são o xisto e o granito. pedregulhos de granito a ameaçarem cair, imóveis há séculos, onde o rio é manso no Verão e rápido e cheio nas invernias. Ali onde tudo ainda é verdade, até a minha avó sempre vestida de preto a vir do povo, o pão escondido debaixo do xaile. Onde os mercados e facesbooks não fazem qualquer sentido e o ar é puro, e o sol inclemente quando deve ser, as árvores dão maçãs, ano após ano se estiverem para aí viradas, muitas ou poucas, e nos prados há víboras e nas histórias há lobos.

4 comments:

henedina said...

Víboras? Só há em Portugal víboras no Geres(que eu saiba), é do Geres?

Isabel said...

sabe pouco, henedina, no parque natural da serra da estrela há víboras. e os lobos não são só nas histórias, suponho.

henedina said...

Agora fiquei a saber mais. Os que tudo sabem, nunca aprendem.

Isabel said...

é verdade, henedina :)