13.10.10

lamentamo-nos muito mas, somos pouco consequentes


gosto muito de uma série que passa na Fox Next,“Boston Legal”: para quem não conhece a acção passa-se num escritório de tubarões da advocacia de Boston, seres muito pouco convencionais na abordagem dos casos. Até comecei a beber whisky nos finais de tarde, mas fica por aí a minha semelhança com Denny Crane. O que eu por lá vejo são muitas idas a tribunal em que o cidadão A acusa o estado de Massachusetts ou de Nova Iorque ou da Carolina do Norte. Pelas mais variadas razões. Ok, é ficção, mas ao que sei a realidade não anda longe. Por aqui lamentamo-nos muito mas, somos pouco consequentes. Porque é que todos nós, os que seremos directamente lesados pela gestão danosa, ao que sei foram sete os governos envolvidos, na compra dos submarinos, não pedimos contas (em tribunal) a todos esses senhores? O senhor pediu um submarino? eu não. Nem consigo imaginar para que serve. Afinal mais nos valera ter tanta costa como a Áustria, se ter mar implica que me metam a mão (e de que maneira) no bolso. Água por água prefiro continuar a poder pagar a piscina do meu filho.
No mesmo registo e no mesmo nível de escândalo, havia uma linha de comboio que ligava Coimbra a Serpins, passando por Miranda do Corvo e Lousã, transportando milhares de pessoas para cá e para lá, a maioria para os seus locais de trabalho. Veio a ideia de que um metro de superfície, coisa muito mais moderna, teria muitas vantagens em relação às velhinhas automotoras. O projecto depressa se transformou nas obras de Santa Engrácia, mas as pessoas, bem ou mal, continuaram a dispor da linha de caminho de ferro. Até que num dia de grande iluminação alguém deu ordem de começar a arrancar os carris porque, agora é que é. É que era, porque agora nem metro nem comboio.
E não vamos lá com petições.

1 comment:

henedina said...

Boston Legal tb gosto
(nao sei horarios mas ja vi e gosto; vi uma que ele finalmente nao votou Bush).