8.6.10

Tolerância


william klein

a despropósito de uma coluna da ITP

a família ninguém a escolhe e na minha, tudo boa gente, há de tudo: nobres e plebeus, católicos agnósticos e ateus, de esquerda e de direita -mais de direita do que de esquerda, é o que eu digo- uma fungadela- ninguém a escolhe.
No pós 25 de Abril de 1974 estava um dia em casa da minha bisavó, que por acaso considerava o Salazar um santo, quando uma prima afastada, e que não teria mais do que seis ou sete anos, entrou em transe, cerrou os punhos, rosto congestionado, soltando urros – comunista, comunista – se bem me recordo dirigidos ao Álvaro Cunhal que aparecia naquele momento na televisão. A minha bisavó deve ter ficado contente mas eu, um bocadito mais velhita que a prima, fiquei muito preocupada. Sem razão porque, muitos anos mais tarde, descubro a minha prima no Bloco de Esquerda. Ah, grande prima.




Felizmente um dia as crianças crescem e começam a pensar pela própria cabeça. Que fiquem os valores como o respeito pelo outro e pela diferença, a solidariedade e a tolerância que, com o nosso exemplo, muito mais do que com discursos, lhes transmitimos.


eu, especialista em educação

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