2.7.09

A mente, essa coisa

robert frank


Pois a mim aconteceu-me a mesmíssima coisa: entro numa loja, procuro umas sandálias para o meu filho mais novo, escolho, confiro o preço que me parece adequado, dirijo-me à caixa, e a menina, tem um desconto de 25% portanto faz... ora em lado algum se anunciava tal desconto nem eu o pedi. Loja vazia, siga... roupa para os filhos mais velhos, ainda não entrei na loja (vazia) e já me estão a por uma raspadinha na mão, ora eu de raspadinha, raspo, tenho um desconto de 30%. O teenager escolhe uma camisa, vou para a caixa com a camisa e a raspadinha, a teenager pedincha e eu vou na onda, pago tudo convencida que o desconto foi só para a camisa, antes de sair, mais uma raspadinha para a próxima, verifico que tive desconto em todos os produtos. Isto não faz nenhum sentido, uma família como a minha em que não houve alteração de emprego (e felizmente são a maioria) não viu os seus rendimentos diminuídos, por outro lado as prestações das casas, maior fatia de muitos orçamentos familiares, baixaram consideravelmente. Então o que (des)move as pessoas? Tenho para mim que é o medo. O mesmo medo que as faz hesitar em viajar para o Canadá, embora a probabilidade de apanharem a nova gripe e dela terem maiores consequências que duma disenteria tropical seja diminuta. Um medo pouco racional, mas a mente, essa coisa, é poderosa. Claro que tudo isto é economia e psicologia de algibeira, mas ainda havemos de sentir as consequências de toda esta conjuntura mental.



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