20.7.09

Memória das Gripes

Willy Ronis



Na de 57/58 ainda não tinha nascido e por isso não me sobra relato. Da de 68/70 nem lhe sabia a existência, desses anos recordo a chegada do homem à lua, que agora também se comemora (a esse propósito ouvi agora uma piada seca, porque é que se lembraram de chegar à lua quando esta estava em quarto crescente, não seria mais fácil em lua cheia?). A de 57/58 é muito antiga, como comprova esta história que me foi contada pela minha mãe: o pico da gripe tinha sido por Novembro e a minha mãe foi operada ao apêndice no Janeiro seguinte. Nesses anos os estudantes universitários (caso da minha mãe) tinham quartos reservados nos HUC (hospitais da universidade de Coimbra) e a minha mãe foi lá encontrar dois colegas que lá se mantinham, esquecidos, desde o Novembro anterior. Não que precisassem de estar internados, mas o quarto e alimentação de borla agradava-lhes: iam às aulas e no resto no tempo entretinham-se a preparar armadilhas e gaiolas para os muitos ratos que povoavam o hospital.
Ora, nos dias de hoje, já não se concebe um hospital pejado de ratos (pelos menos em países desenvolvidos), e ensina-se a não espirrar em cima do parceiro do lado, e ensina-se a lavar as mãos bem lavadas, e existe o TAMIFLU, temos que ser optimistas.

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