2.4.09

M’avergonho (II): temos que passar por cá um bocadinho



No dia em que fui ao Centro de Saúde não fui atendida pela minha médica de família porque, a senhora doutora não está cá hoje. Dizem as más línguas que é uma resposta muito frequente. Dias mais tarde encontrei no meu local de trabalho uma pessoa conhecida, médica num Centro de Saúde – por aqui? Sabe, inscrevi-me numa acção de formação e temos que passar por cá um bocadinho, não é? (piscar de olho). À porta do auditório, onde decorria a tal acção de formação, era uma chusma de senhores-doutores que-nesse-dia-não-estavam-no-centro-de-saúde à espera do certificado de presença, e ainda não era meio-dia.
Isto não é novidade para ninguém, pois não? E, sobretudo, é escandaloso o tom de normalidade, temos que passar por cá um bocadinho.

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