9.3.09

A Santinha de A.


Era eu mocinha quando numa freguesia vizinha um coveiro deu, no exercício das suas habituais funções profissionais, com um corpo incorrupto de uma mulher que teria sido enterrada no mínimo há um século, isto a julgar pelos farrapos que ainda conservava. Não tardou que a notícia fosse conhecida em todo o concelho e arredores, que o povo acorresse em catadupa e que aquela coisa seca, escura e enrugada (sim que eu também lá fui para ver) fosse apelidada de santa, a Santinha de A.. Chegaram de seguida a roulotte das farturas e o vendedor de balões. Ontem, muitos anos depois, era essa a atitude dos domingueiros, os melhores fatos, a mesma ignorância, pouco importa que em vez de uma santa fosse um fenómeno geológico, a atitude era a mesma.

3 comments:

Eva Lima said...

as oedras parideiras? Pois.

Eva Lima said...

corrijo:pedras

Isabel said...

as parideiras, ontem andámos em trecking pela Serra da Freita, espero ter tempo para contar mais, que vale a pena.