11.3.09

Doidos por gadgets



Hoje, durante a hora de almoço, fui à loja da Nokia mandar arranjar o telemóvel de 40 euros que ainda estava na garantia. Enquanto esperava fui olhando para aqueles objectos do desejo dos outros interrogando-me sobre a sua utilidade. Se tenho o computador ligado quase em permanência para que preciso de um telemóvel para ler emails ou para ir ao google? O mesmo se diga de ouvir música, para além do computador não há quem não tenha um daqueles objectos minúsculos de ouvir musica na rua, and so on, and so on. Ainda por cima aquelas coisas são grandes, não deve dar nenhum jeito andar com elas nos bolsos das calças. E caras. Para mim vai para o saco da Bimby, que tolice, ter um fogão, um robot, facas e panelas e ir comprar uma Bimby. Com o risco acrescido de a certa altura já não se saber cozinhar sem aquilo, como o meu amigo G., seis anos, que quando foi para a escola já sabia contar até mil, mas que depois desaprendeu para acompanhar o ritmo dos colegas e o que a professora tinha ensinado, com a Bimby e os seus utilizadores acontece o mesmo, desaprendem. Ele há lá coisa melhor que uma boa faca, uma tábua e o tac tac tac do cortar legumes? Mas já estou a derivar porque o que eu queria era proferir aquele lugar comum do substituir a cultura do ser pela do ter. E que ataca até os mais improváveis (o que é que eu estou para aqui a dizer?).

1 comment:

henedina said...

Uma vez em Barcelona estive a ouvir, um homem que admirava e que salvava bebés de 500 gramas com a arte e a delicadeza de um génio da lâmpada, e o sentido de humor de um homem inteligente ( o que eu aprecio mais num homem é a inteligência, e as mãos e os olhos, apesar do que dizem alguns acerca do que as mulheres apreciam nos homens...)e esteve uma noite inteira a falar da Bimby (não comigo eu só ouvi)juro que pensei se este tipo de conversa dava o mesmo efeito do stress, perda de neurónios no hipocampo :).