As mamãs talibãs

Escrevi um comentário num blog que muito prezo e já sabia que haveria de ser um corre-corre para aqui, quem é a parva que profere tais heresias? Uma vez caí na asneira de, em conversa fiada, contar a uma amiga francesa que todos os meus filhos usaram chupeta, e levei logo com não sei quantas citações da Françoise Dolto e mais umas quantas acusações de comodismo que a minha alma ficou parva. Quando me calhou a ser mãe já tinha ajudado a criar um ror de crianças por ser a mais velha de uma longa fila de irmãos e primos e eram assim as famílias de antigamente. Quando chegou a minha vez lá fiz o melhor que sabia e que a minha experiência me tinha ensinado e até agora até me sentia relativamente orgulhosa da obra. Mas não, esforcei-me pouco, não atei as crianças à moda de África, transportei-as num carrinho para poupar as costas, às vezes até viradas para a frente pensado que assim elas viam mais mundo, mas não, estava a quebrar o contacto visual da cria com a mãe adorada. Nem os quilómetros que fiz com elas sentadas na anca (e há lá forma mais bonita de transportar uma cria?) me salvam da acusação de desresponsabilização pelo harmonioso crescimento da criança. Haja paciência mas, a sério, estas coisas preocupam-me porque daí não virá nada de bom.