Estou cansada dos professores
Não deste, nem daquela, ou daquela outra em particular. Mas de todos os que andam a passar o discurso do desgraçadinho e do desânimo eivado de estoicismo do, quando entramos na sala de aula esquecemos todas as nossas humilhações porque amamos o dever, amamos os nossos alunos. Ainda não descobriram que essas atitudes enjoam? Porque a seguir afirmam, querem-nos avaliar pelo sucesso/insucesso dos nossos alunos, o que daí virá, inflação de notas, facilitismo, aí está, o professor estóico e amante do dever depressa põe de parte a ética profissional em prol da sua própria avaliação. Leio que é este o modelo de avaliação na Finlândia, paradigma de todos os sucessos educativos. Já há não sei quantas semanas ou meses ou anos que não preparo uma aula em condições (porque tenho resmas de papéis para preencher), é coisa que se diga? publicamente? acham que os vossos alunos são surdos? acham que é assim lhes vão granjear o respeito de cuja falta tanto se queixam.
Andei a adiar esta escrita porque sei que só a pouca visibilidade deste blog me salva do linchamento, de ser adjectivada de negacionista, mas já não há paciência. Falta-me a paciência que me faltava perante os manifestos para que se não nascesse em Espanha, que me faltava há um ano perante os abandonados do hospital da Mealhada, que me faltava perante um país a discutir a sorte da filha do coração. E não lhes nego a justeza de algumas das reclamações.
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