20.10.08

Das tormentas


No sábado fui a Lisboa ver o dilúvio. Cheguei pela hora de almoço à Gulbenkian, the weather is fine the sky is blue, os lagos, os patos, gentes meditantes, zen que mais zen não podia ser. Um pouco depois o dilúvio, no sítio onde me encontrava choveram pedras de gelo durante quase 55 minutos, umas teriam 1 cm de diâmetro mas houve quem as visse de muito maior tamanho. Mais ao lado no jardim zoológico as chuvas alagaram o reptário e as pitons ameaçaram abandonar o lar. Na Praça de Espanha, Noé, a bordo do seu BMW, vogava tranquilamente, apenas com o cuidado de não deixar passar a hora de largar o casal de pombos, enquanto isso transeuntes histéricos insultavam polícias histéricos e automobilistas histéricos galgavam passeios aumentando a confusão. Parece que os carros de alta cilindrada foram especialmente atingidos o que não pode deixar de ter algum significado. E as pessoas, são as ribeiras, são as ribeiras, oh como são básicos estes lisboetas, porque é óbvio, até para mim, que se tratou de um sinal dos céus para MFL*, mulher incauta, vê se é o que desejas para esta terra...
E isto é fado,
Há dois anos passeava com a família pelas ramblas de Barcelona, the weather is fine the sky is blue, num ameno dia de verão. Levávamos as cabeças leves e os corpos flutuantes de tanta cerveja que tínhamos bebido no Paseo da Gracia acompanhando las mas esquesitas tapas. Continuávamos para as frutas do mercado de la Boqueria quando o céu se fez negro, negro como breu, e a mais terrível tempestade se abateu sobre Barcelona. E as pessoas gritavam, há 3 meses que não chovia, outros, mais exagerados, há 6 meses que não chovia, nós a conseguirmos alcançar o carro, as ruas transformadas numa só pela força das águas. E de carro nos perdemos pelas saídas subitamente todas iguais, é por aqui, não, é por aqui.
mas nesse dia de Agosto não fui capaz de compreender qual era a mensagem dos céus.






*a não perder Nuno Brederode Santos

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