Casemo-nos*
Terçamos armas, esgrimimos argumentos acerados, invocamos a luta contra escravatura… porque uns quantos milhares de pessoas se querem casar e não podem? A solução seria óbvia: deixem-nos casar com quem nos apetece: uns com os outros, uns contra os outros, à molhada, etc. Mas aí o Governo ficaria sem bois de piranha; sem os bovinos débeis e sacrificáveis com que as piranhas se banqueteiam, enquanto o restante rebanho atravessa o rio em segurança.O pior é que nós nem temos “rebanho”. Estas causas – e os seus activistas – são usados apenas para que o país dê a impressão de se mover, para que a turba adormeça com a ilusão de estar a exercer os seus direitos de cidadania, sem que na realidade nada aconteça. Uma espécie de futebol da intervenção cívica, um assunto para discutir apaixonadamente enquanto as decisões cruciais são (ou não) tomadas às escuras. O PS afasta o tema. O Bloco aviva o debate. O PSD sossega os seus eleitores. O PP anuncia o fim da civilização. E assim se entretêm nos seus jogos florais, a caminho do abismo.A orquestra do Titanic está animada e a pista de dança repleta; ninguém quer saber quanta água é que o navio está a meter.
a seguir o Luís Rainha com muita atenção, não podia estar mais de acordo.
e mais
*e assim encerro este assunto sem sequer o ter começado.
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