21.4.08

A guerra colonial, o absurdo de medir coragens

Era bastante pequena mas lembro-me dos patéticos, para a minha namorada, para os meus pais, adeus e até ao meu regresso, ditos por quem dificilmente teria mais do que a quarta classe, a grande maioria. Por isso ao ler a crónica de Pacheco Pereira de sábado comparando os que iam à guerra com os que escolhiam o exílio, não pude deixar de pensar: porra, desertar não era para quem tinha coragem para isso, num país paupérrimo e analfabeto desertava quem podia, no limite quem podia ter essas inquietações. Por isso concordo inteiramente com o comentário de Vitor Dias

“...uma disputa sobre o que exigia mais coragem - se o exílio se a ida à guerra - é uma disputa artificial, inútil, insolúvel e esvaziada de sensibilidade e grandeza humanas.”

adenda, este post vem no mesmo sentido, para desertar era também preciso poder...

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