9.11.07

Música para um casamento




O Bruno escreve sobre música e funerais e eu lembrei-me desta história bem engraçada:

há uns anos cantava eu num coro que, por razões de subsistência e sobrevivência, costumava acompanhar missas de casamento. Quando os noivos contratavam o coro, passavam por lá para se fazer o alinhamento de acordo com as suas preferências (e com o reportório do coro, óbvio). Aparecia de tudo, mas o pedido mais estranho veio de uma noiva que queria o Requiem de Mozart para a missa do seu casamento. Com o argumento de que era a sua música preferida. Não houve quem a convencesse de que não era a banda sonora mais apropriada. Só o facto do coro não ter essa obra no reportório impediu que se ouvisse o Dies Irae enquanto o pai orgulhoso levava a filha ao altar.


Nota: há uns tempos, o M., de três anos, andava entusiasmadíssimo porque ia a um casamento, não falava noutra coisa de manhã à noite. E já nas vésperas perguntou-me: mãe, um casamento é um teatro não é? É meu filho, é uma espécie de teatro.

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