29.1.07

Porque sou pelo sim (IV)

Também não entendo que se defenda a manutenção de um tipo legal de crime e se não aceite que quem infrinja tal comando etico-juridico seja punido. Sempre fui contra a anomia que destrói as estruturas sociais. As sociedades podem mudar as leis, mas devem sempre aplicá-las enquanto estejam em vigor. Defender que se vote "não" e que se não puna quem pratica abortos é, na minha opinião, contra o Estado de Direito.

Finalmente, quero frisar que todos os que votarão "não" ou "sim", são a favor da vida. Depois de 11 de Fevereiro espero que se mobilizem em conjunto para criar condições cada vez mais favoráveis para que as mulheres não recorram ao aborto. O que implica pedagogia cultural, protecção à mãe solteira, reforço e facilitação das adopções.


Contributo de José Miguel Júdice para o blogue Sim no Referendo.


Creio que é compatível o voto na despenalização e o ser - por pensamentos, palavras e obra - pela cultura da vida em todas as circunstâncias e contra o aborto. O "SIM" à despenalização da interrupção voluntária da gravidez, dentro das dez semanas, é contra o sofrimento das mulheres redobrado com a sua criminalização. Não pode ser confundido com a apologia da cultura da morte, embora haja sempre doidos e doidas para tudo.

Frei Bento Domingues, Público, ontem. Retirado daqui


Nesta magna questão, há níveis diferentes de debate, concretamente o jurídico-penal e o moral. Sem esquecer os aspectos biológicos, o problema moral e as suas raízes filosóficas e religiosas, o que se pergunta é se a mulher que aborta, num determinado quadro legal - se cumprida, a actual lei bastaria -, deve ser penalizada.No seu drama, em lugar de uma punição penal, do que ela precisa sobretudo é de solidariedade. Estão a sociedade e a lei dispostas a apoiar eficazmente a mulher e, concretamente, a grávida?Este apoio tem de traduzir-se em educação, prevenção, aconselhamento, combate à pobreza e exclusão, co-responsabilização do homem, incentivos à família e à natalidade. Também para que despenalização se não confunda com liberalização nem se torne método contraceptivo.


Padre Anselmo Borges no DN de Domingo

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